LADRÕES DE MÁSCARAS
8 Entrementes,
Zaqueu se levantou e disse ao Senhor JESUS: Senhor, resolvo dar aos pobres a
metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo
quatro vezes mais.
Evangelho de JESUS
CRISTO, segundo São Lucas, cap. 19:8.
JESUS CRISTO e Zaqueu.
Ah! Meu Deus!
Quantas máscaras
eu usei
Quando eu me
ausentei
Do Santuário da
Inocência!
“Protegei-me da sabedoria que não chora, da filosofia que não ri e da grandeza que não se inclina perante as Crianças."
Khalil Gibran
(1883-1931).
Por isso, eu agora
bendigo
A todo leal amigo
Que me tira as
máscaras.
Bendito é o ladrão
Que tira a minha
máscara
Quando diz na
minha cara
O que é a Verdade.
“Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha
alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras."
Khalil Gibran
(1883-1931).
Bendito é aquele
que tira
A minha máscara de
falsidade
Para que no meio
da Humanidade
Eu apareça como eu
sou.
“A aparência das coisas muda conforme as emoções, e por
isso vemos magia e Beleza nelas, quando na verdade a magia e a Beleza estão em
nós próprios."
Khalil Gibran
(1883-1931).
Bendito é quem me
toma
A máscara do
cinismo
Para que o mau
egoísmo
Não me impeça a
ascensão.
Bendito o que me
tira da face
Todo e qualquer
disfarce
Que nega quem eu sou.
Bendito é quem
Tira também
A minha máscara da
guerra
Que alimenta a
fera
Que ruge dentro de
mim.
Bendito quem me
estende a mão
Para levantar-me
do chão
De toda a
iniquidade.
“Na hora em que a
terra dorme
enrolada em frios véus,
eu ouço uma reza enorme
enchendo o abismo dos céus."
Castro Alves (1847-1871)..
Escritor e poeta
brasileiro.
Bendito quem me
ajuda
A vencer o mau
orgulho,
Este enorme muro
Que me impede a
travessia
Para a retidão.
“Deixa-te disso criança
Deixa-te de orgulho que o orgulho cega
Não vês que esta vida é um oceano
Por onde o acaso navega.”
Castro Alves (1847-1871).
Bendito é o Cetro
da Justiça
Que mata a
injustiça
Que habita o meu
ser.
Benditos, sede
benditos!
Quem tirou dos
aflitos
A máscara do
sofrimento moral.
Bendito o ladrão
que tira
A máscara da
covardia
Que tenta todo dia
Roubar a minha Carta
de Alforria.
“Benditos, benditos os ladrões que
roubaram minhas máscaras!”
Khalil Gibran (1883-1931).
Escritor e poeta libanês.
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