sábado, 1 de maio de 2021

LADRÕES DE MÁSCARAS

 LADRÕES DE MÁSCARAS

8 Entrementes, Zaqueu se levantou e disse ao Senhor JESUS: Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais.

Evangelho de JESUS CRISTO, segundo São Lucas, cap. 19:8.


JESUS CRISTO e Zaqueu.

 

Ah! Meu Deus!

Quantas máscaras eu usei

Quando eu me ausentei

Do Santuário da Inocência!

 

“Protegei-me da sabedoria que não chora, da filosofia que não ri e da grandeza que não se inclina perante as Crianças."

Khalil Gibran (1883-1931).

 

Por isso, eu agora bendigo

A todo leal amigo

Que me tira as máscaras.

 

Bendito é o ladrão

Que tira a minha máscara

Quando diz na minha cara

O que é a Verdade.

 

“Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras."

Khalil Gibran (1883-1931).

 

Bendito é aquele que tira

A minha máscara de falsidade

Para que no meio da Humanidade

Eu apareça como eu sou.

 

“A aparência das coisas muda conforme as emoções, e por isso vemos magia e Beleza nelas, quando na verdade a magia e a Beleza estão em nós próprios."

Khalil Gibran (1883-1931).

 

Bendito é quem me toma

A máscara do cinismo

Para que o mau egoísmo

Não me impeça a ascensão.

 

Bendito o que me tira da face

Todo e qualquer disfarce

Que nega quem eu sou.

 

Bendito é quem

Tira também

A minha máscara da guerra

Que alimenta a fera

Que ruge dentro de mim.

 

Bendito quem me estende a mão

Para levantar-me do chão

De toda a iniquidade.

 

“Na hora em que a terra dorme
enrolada em frios véus,
eu ouço uma reza enorme
enchendo o abismo dos céus."

Castro Alves  (1847-1871)..

Escritor e poeta brasileiro.

 

Bendito quem me ajuda

A vencer o mau orgulho,

Este enorme muro

Que me impede a travessia

Para a retidão.

 

“Deixa-te disso criança
Deixa-te de orgulho que o orgulho cega
Não vês que esta vida é um oceano
Por onde o acaso navega.

Castro Alves  (1847-1871).

 

Bendito é o Cetro da Justiça

Que mata a injustiça

Que habita o meu ser.

 

Benditos, sede benditos!

Quem tirou dos aflitos

A máscara do sofrimento moral.

 

Bendito o ladrão que tira

A máscara da covardia

Que tenta todo dia

Roubar a minha Carta de Alforria.

 

“Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!”

 


Khalil Gibran (1883-1931).

Escritor e poeta libanês.

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