ORAÇÃO DO MAR
1 E vi novo céu e nova terra, porque o
primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.
Apocalipse de JESUS, segundo São João, cap.
21:1.
Eu sou o Mar
E estou em todo lugar
Com diversos nomes.
Sou um Mar de Estrelas
Chamada de Nebulosa
Que abriga toda prosa
Mares de vidas brilhantes
Que estão nos espaços cintilantes
Com o nome de Olhos de DEUS.
Tais estrelas
São muito pequenas
E permanecem nas arenas
Da vida humana,
Onde alguém sempre sonha
Em ser uma estrela.
“Há quem me julgue perdido,porque ando a ouvir estrelas.Só quem ama
tem ouvido para ouvi-las e entende-las...”
Olavo Bilac (1865-1918), poeta, contista e jornalista brasileiro.
Sou também chamado
De Marítimos Espaços
Criados pelos Astros
Que deixam os seus rastros
Na imensidão.
Posso também ser conhecido
Como um Mar de Multidão
Que caminha no chão;
Ou um Mar de Espíritos
Que navegam contritos
Nos Mares Sem Fim
Da Eternidade.
“Deixa-te disso criança
Deixa-te de orgulho que o orgulho cega
Não vês que esta vida é um oceano
Por onde o acaso navega.”
Castro Alves (1847-1871), escritor e poeta brasileiro.
Alguém aqui e no Além
Chama-me também
De Mar de Dúvidas.
Outro me conhece
Como um Firmamento Marítimo
E me põe um nome específico:
Oceano Pacífico.
“O que sabemos é uma gota; o que ignoramos é um oceano. Mas o que
seria o oceano se não infinitas gotas?”
Isaac Newton (1643-1727), cientista, químico, físico, mecânico,
astrônomo e matemático inglês.
Outros como um Oceano Índico,
Ou até mesmo como Oceano Atlântico
Que por todo canto
É procurado.
“A vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal.”
Machado de Assis (1839-1908), escritor e poeta brasileiro e um dos
fundadores da ABL.
Mais adiante
Algum viajante
Chama-me de Mar de Distância.
Sou também chamado
De um modo bastante desesperado:
Mar de Lágrimas.
“Deixa-me, deixa-me, fonte!
Dizia a flor a chorar:
Eu fui nascida no monte...
Não me leves para o mar.”
Vicente de Carvalho (1866-1924), advogado,
jornalista, político, abolicionista, fazendeiro, deputado, magistrado, poeta e
contista brasileiro.
E alguém carinhosamente
Chama-me de Mar de Flores
Onde os beija-flores
Estão sempre presentes.
“Conheço a moça franzina
Que a fronte cândida inclina
Ao sopro de casto amor:
Seu rosto fica mais lindo,
Quando ela conta sorrindo
A história do beija-flor.”
Tobias Barreto de
Meneses (1839-1889), filósofo, poeta, crítico e jurista brasileiro.
Eu e o firmamento
Fazemos parte do conhecimento
Que toda pessoa quer,
Para jamais perder a Fé
No Mar da Sabedoria.
Somos encontrados
Nos maravilhosos lagos
Do Infinito Saber.
“Um
livro deve ser o machado que quebra o mar
congelado em nós.”
Franz Kafka (1883-1924), escritor tcheco.
Os mares das desilusões,
Dos infortúnios e das escravidões,
Não mais existirão.
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